O que pensam aqueles responsáveis por fotografar aeronaves de Alta Performance e Desempenho, bem como armamentos e militares, através de composições fotográficas de tirar o fôlego, para o público em geral?
Confira nesse Blog um pouco dos desafios, requisitos técnicos, pensamentos e atitudes, dos homens e mulheres que tem por missão ímpar, trazer para perto do público, os detalhes que aguçam a curiosidade de muitos.
O time de Spotter Aviation, mais propriamente Spotter Military que trataremos aqui, tem por finalidade elevar o conceito de fotografia militar ao maior nível possível de profissionalismo. Como fotógrafo militar tive o privilégio de integrar uma lista pequena de profissionais autorizados a fotografar dentro da Área Operacional durante a Expoaer (Exposição de Aeronáutica) da Base Aérea de Canoas. Esse evento contou com a coordenação de Antônio Ricieri Biasus (Ex-piloto de Caça da FAB e responsável pela gerência do time de fotógrafos). Para estar ali junto a outros profissionais, se faz necessários uma série de requisitos muito além de uma câmera. Isto porque é importante que haja uma "identificação moral com a tropa" e a história da Força Aérea Brasileira. Atentar aos Sinais visuais, protetores auriculares e portar objetos presos ao seu traje(evitando a sucção pelos motores, tamanha proximidade) são recomendações obrigatórias para a segurança das equipagens e de todos.


Além da capacidade inquestionável de receber ordens imediatas e acatar sem questioná-las, uma vez que se preza pela segurança das operações de voo. Lembro que uma vez foi nos dito que se ouvíssemos a Sirene de Alerta, próximo ao Shelter de Alerta de Defesa Aérea, deveríamos correr para longe do F-5EM alocado para pronta resposta e, aqueles que não pudessem alcançar o ônibus, permanecessem próximo da mata, longe do asfalto da pista.




A capacidade de lidar com exposição aos riscos de acidentes, pensar objetivamente e rápido para conjecturar fotometrias diferentes de aeronaves que passam a mais de 300km/h na tua frente, bem como resguardar as fotografias de qualquer sinistro para posterior processamento pelo CENIPA, correr pelos campos dentro da área delimitada para um melhor posicionamento e enquadramento, norteiam aqueles que primam por fotografias de excelência.






Não é só ir lá e fotografar aviões.
É um momento oportunizado para que consigamos absorver experiências de novas lentes e câmeras. É um momento para reencontrar amigos que moram distantes, seja no litoral, interior ou em outros Estados. É passar um tempo se arriando um no outro, nutrindo e recebendo novos conhecimentos. É também um momento de vestir uma postura ainda mais profissional, salutar e de honra ao estarmos na presença de nossa bandeira. É fazer questão de se colocar mais atrás, ao lado de outros para fotografar lado a lado. É segurar equipamentos enquanto alguns trocam de lente, atentando para o movimento de pista, observando o mínimo tempo perdido possível. É também pensar e relembrar daqueles que não puderam estar conosco após a pandemia.


Nunca é sobre aviões, apenas. É sobre pessoas, e o sentido de humanidade. Nosso trabalho ali é aproximar, trazer aos olhos do público, uma visão mais intimista. Mais proximal, mostrando aquilo que nem todos conseguem ver. É ajudar a romper as barreiras de limitações operacionais que devem ser feitas em função de riscos envolvidos, mas nunca deixando de pensar que muitos gostariam de estar ali. É por eles também!


Mas nem tudo são flores. Muitos desses momentos sofreram a tenaz incursão da chuva que teima em surgir nessa época do ano.



Se tudo isso vale a pena?

“O Fotógrafo militar é a pessoa por trás das lentes, com a missão de capturar na fotografia os momentos individuais e o espírito combativo das operações militares!”
VALE! Ter a oportunidade do semblante não esconder a grata satisfação, a emoção e a sensção fortuita de ter teu trabalho emoldurando, eternamente, corredores de uma base aérea, levando tua assinatura e ostentando o saudoso emblema de Alberto Santos Dumont... sempre valerá muito!




Relembrar de onde começou, é voltar a beber da fonte...
Minha história como fotógrafo militar teve início ali pelos idos de 2000, quando visitei pela primeira vez uma Expoaer. Na época os vetores que voavam em defesa da Pátria eram os veteranos F-5E/F Tiger 2 e os saudosos Dassault Mirage III, e eu dispunha apenas de uma velha e boa kodak.


E por último, o saudaso e impressionante Dassault Mirage 2000B
