05/09/2025 às 18:08 Astrofotografia

As aventuras de se fotografar a galáxia.

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4min de leitura

Yes, you can see the Milky Way! 👊🏽

Uma das coisas que não se fala nesse tipo de registro são seus bastidores. Isto porque não basta pegar uma câmera e ir pro interior e fotografar. Pra ser sincero levei aproximadamente 1 ano preparando pra fazê-la. Primeiro que eu não sabia como, quando e onde me posicionar pra esse registro. Foi tentativa e erro, constante.

Sempre tive a real necessidade de me colocar à prova ante alguns desafios, esse foi um deles. Esse registro começou a ser feito muito tempo antes. Começou com estudar longa exposição, algo totalmente diferente de fotografar apenas. O que não significa dizer que é o “inverso proporcional” da fotometria de uma foto qualquer... não! É bem diferente. Lembro que no início eu me irritava muito, mesmo. É uma outra compreensão de luz. Houveram sim oportunidades de deslocamento para o interior mais cedo do que o previsto, no entanto não era o momento ideal. Isto porquê é necessário haver uma confluência de fatores. Já dispondo do conhecimento técnico para tal, não basta pegar sua câmera e ir pro interior. Isso me fatigou o ânimo, demasiadamente. Se pensares assim até conseguirá fotografar estrelas “soltas”... mas esse não era o objetivo, e eu não despenderia energia dessa forma. Eu queria algo certeiro - “Simplify!”

Às vezes o tempo estava bom, mas a lua estava na fase cheia(Muita luz). Em outras vezes a meteorologia não era a das melhores para a programação de deslocamento e “vigília”. Havia ainda a posição da galáxia. Eu queria pegá-la acima do horizonte do pampa. Enfim, em certas ocasiões estamos tão ansiosos por objetivar algumas coisas que esquecemos de mitigar riscos e discrepâncias envolvidas. Entre fazer por fazer e entregar “estrelas” soltas no manto noturno, eu escolhi esperar... esperar pela “assembleia” de muitas delas...

Dizer que não me emocionei é mentira. Dizer que ao percorrer aquelas curvas na estrada vendo a “nuvem púrpura de estrelas” estática, não me fez pensar sobre o que será depois daqui e onde estão aqueles que por aqui passaram, seria ingrato de minha parte para com tudo de bom que me ocorria. De certa forma estar ali, era estar abraçado pela providência que sempre é assertiva quando se trata de cuidar da gente e do nosso coração...

Nessa noite eu chorei, muito.

Chorei porque muitas das pessoas que me deram tudo que sou, se doaram para o meu crescimento e me ajudaram a chegar até ali, não estavam comigo naquele momento contemplativo.

Chorei porque senti saudade.

Chorei porque estavam longe de mim...

Feito criança perdida na contemplação do infinito, pequeno... chorei.

Lembro que no percurso até o ponto de observação meu primo Vitor disse, calmamente - “Olha pra tua esquerda!”. Visto que não havia nenhum tráfego vindo para cruzamento na pista pela frente ou me ultrapassando, voltei os olhos para onde me orientou. Eu fiquei tão chocado que comi uma faixa da estrada, 3secs depois voltei a atenção e corrigi a trajetória retilínea à 100km e comandei redução respirando fundo, já próximo do local de parada, em uma estrada de chão batido, divisa de duas fazendas. Ele (já acostumado com aquilo) se virou em risos. Quando desci do carro e fui pegar os equipamentos, olhei pra cima e fiquei literalmente tonto, porque parecia que estava tão perto que a noção de espaço não existia mais, parecia ser tudo uma coisa só...

Fiz poucos, porém, objetivos registros da galáxia pois estava muito frio na campanha. Pois é, estranho pra essa época do ano né, enfim meus dedos estavam frios demais pra suportar tanto tempo em campo aberto e não quis demorar muito até porque Fazendeiros naquela região costumam dar uns tirinhos em carros “suspeitos” na madrugada, 

A Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães...

Elas se destacam na Via Láctea por apresentarem muito gás em sua composição. Uma dupla de teóricos de Harvard analisou 17 pulsos eletromagnéticos muito, muito intensos e com milésimos de segundo de duração que alcançaram a Terra nos últimos dez anos. E descobriram que não há nenhum fenômeno natural conhecido capaz de produzir radiação com essas características. “Essas irrupções de rádio são muito intensas, principalmente considerando sua pequena duração e sua origem distante. Nós não conseguimos estabelecer com confiança uma fonte natural para elas”, afirmou o teórico Avi Loeb, um dos autores do artigo científico, à assessoria de Harvard. Um dos pulsos — que veio da direção da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea — brilhou com a intensidade de 100 milhões de sóis. Bom, se a fonte for artificial mesmo, teria de vir de uma civilização muito mais avançada que a nossa – só assim ela teria teria condições técnicas de fazer uma emissão desse calibre. Segundo os cálculos Loeb e de seu parceiro Manasvi Lingam, seria necessário forrar a superfície de um planeta com o dobro do tamanho da Terra com painéis solares só para coletar a energia necessária para o feito. Depois, um sistema de resfriamento também do tamanho de dois planetas precisaria ser usado para evitar que o sobreaquecimento derretesse todo o equipamento. Nada disso é impossível do ponto de vista da física, mas a engenharia necessária é inimaginável. O mais provável, segundo Loeb, é que esses pulsos de radiação sejam usados para acelerar naves espaciais de até um milhão de toneladas a velocidades próximas à da luz.

“Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço...” - Carl Sagan.

Loucura mesmo é achar que estamos sozinhos...


05 Set 2025

As aventuras de se fotografar a galáxia.

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